Você sabe qual a importância da matemática para o advogado? Sim, normalmente não pensamos muito na advocacia como uma área ligada à matemática.
Afinal de contas, o Direito cai como área de Humanas nos estudos e não em Exatas. Pensamos sempre que os engenheiros e programadores são os mais ligados a conceitos matemáticos, mas os advogados também encontram uso para esse tipo de recurso.
Hoje em dia, o Brasil é um dos países com o maior número de advogados proporcionalmente com base em sua população.
E isso mesmo com o fato de que a prova da OAB é bem complexa e difícil de conseguir ser aprovado. Talvez a alta taxa de desaprovação seja por causa justamente do fato de que muitos candidatos não exploram seus conhecimentos matemáticos na área.
Quer ver qual a importância da matemática para o advogado? Então siga a leitura abaixo para entender melhor!
Qual a importância da matemática para o advogado: 5 casos a ter em mente
1. Quando é preciso fazer um inventário
Existem muitas tarefas que os advogados precisam fazer e que envolvem conceitos matemáticos. Por exemplo, fazer um inventário (especialmente de uma família relativamente grande) é um deles.
Imagine o caso de um senhor de idade que faleceu e deixou uma esposa e três filhos para trás (todos os filhos casados no regime de partilha de bens). Como ficaria organizada a herança que esse senhor deixaria?
Um advogado precisaria usar uma calculadora de fração ou fazer na mão as contas sobre as partes de cada pessoa. Segundo a lei, a esposa do falecido ficaria com metade do que ele deixou e a outra metade seria dividida entre os filhos. Cada um ficaria com ⅓ para dividir pela metade com seu cônjuge.
No total, portanto, as divisões seriam assim:
- esposa de quem faleceu: ½;
- filho 1: ⅙;
- cônjuge do filho 1: ⅙;
- filho 2: ⅙;
- cônjuge do filho 2: ⅙;
- filho 3: ⅙;
- cônjuge do filho 3: ⅙.
Agora imagine que um dos filhos desse homem também morreu e ele próprio tem 2 filhos. Como ficaria o cálculo dessa parte da herança? Entendeu como a matemática é importante para fazer cumprir o direito de cada pessoa?
2. Ao calcular a proporcionalidade de multas
Existem muitas multas que são aplicadas de forma proporcional e não total. Por exemplo, suponha que você quebre o seu contrato de aluguel agora mesmo.
Se você olhar para ele, provavelmente verá uma cláusula de multa proporcional. Isso significa que há um valor de multa específico (talvez 3 meses de aluguel, que é o padrão) e esse valor é aplicado proporcionalmente à duração do contrato.
Portanto, se o contrato estiver na metade, a multa será aplicada na metade e por aí vai. No entanto, nem sempre o cálculo é fácil assim.
Existem casos em que a multa é aplicada faltando 22,76% do contrato ser cumprido. E aí, como se resolve esse problema? Apenas com a matemática.
3. Ao calcular impostos
Além de multas, outro elemento que exige muitas contas é o pagamento de impostos, tanto para pessoas físicas, quanto jurídicas. São muitos tributos a pagar e o cálculo pode ficar um pouco complexo em alguns casos.
Apesar da maioria das vezes esse serviço ficar com contadores, os advogados tributários precisam entender também como os impostos funcionam e saber como calculá-los, tanto para conseguir defender seus clientes de acusações, como pleitear direitos tributários para eles.
4. Para calcular penas, remissões e detrações penais
Até mesmo advogados especializados em casos penais precisam dominar conceitos matemáticos específicos. Afinal de contas, muitos dos elementos da lei trabalham com base em cálculos matemáticos.
Por exemplo, no Brasil só é permitido passar 30 anos na cadeia, mesmo que a pessoa tenha sido condenada a 250 anos.
No entanto, é importante entender a diferenciação para poder calcular os tempos de remissões ou distrações, além de benefícios como pedido de progressão de regime e muito mais.
5. Ao fazer o cálculo de aposentadoria e benefícios
Por fim, os advogados previdenciários também precisam dominar bastante o funcionamento da matemática, especialmente com as constantes mudanças na lei previdenciária (como a recente Reforma da Previdência, por exemplo).
Isso porque esses profissionais precisam não só calcular os tempos de contribuições e regras de transição de cada cliente, como também fazer as contas com os diferentes modelos de previdência para entender qual a opção mais vantajosa para o seu cliente e qual recurso seguir para ter a maior aposentadoria possível.
Pronto! Agora você já viu qual a importância da matemática para o advogado e quais os casos mais comuns em que ela é usada.
É importante ter em mente, no entanto, que um advogado não precisa ser um matemático de primeira linha, especializado em cálculo, mas sim alguém com um conhecimento o suficiente para lidar com as demandas da sua área. Não há problema, por exemplo, em usar ferramentas que facilitam esse trabalho.
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