Muitas pessoas que almejam a carreira jurídica costumam pensar de imediato no trabalho voltado para escritórios de advocacia, já que os profissionais do ramo costumam gostar do embate e usam estratégias de convencimento e persuasão para obter causa ganha na justiça, mas não é todo profissional que está disposto a se tornar um advogado de divórcio, alguns querem carreiras alternativas.
É sobre isso que falaremos hoje, carreiras jurídicas alternativas, falaremos sobre as diversas possibilidades de atuação.
Vale destacar que o campo permite outras opções também, e que o exercício profissional pode ir além do âmbito privado, havendo um amplo espaço de atuação no serviço público, que em regra exigem a aprovação no Exame da Ordem, em concurso Público ou exigindo uma especialização complementar.
Atualmente, a concorrência no mercado jurídico é muito alta, com a ampliação de programas do governo, principalmente o PROÚNI e o SISU, aumentou a quantidade de pessoas cursando direito, anualmente são despejados vários graduados no mercado.
E o curso de direito é o que possui o maior número de estudantes do Brasil, com isso, a concorrência fica alta e passa a ser necessário conhecer carreiras jurídicas alternativas, além da advocacia.
Conheça as muitas opções viáveis para os profissionais dessa área:
Espaço no funcionalismo público
O estudo para concurso público é uma alternativa para quem almeja certos cargos por paixão e convicção, como o de Defensor Público, por exemplo, e também para aqueles que buscam a estabilidade. Nesse sentido, muitos órgãos do poder público disponibilizam oportunidades para profissionais do ramo do Direito.
A maior oferta está para analistas judiciários, em diversos órgãos do País, nos três âmbitos (Federal, Estadual e Municipal) e os cargos de oficial de Justiça e Analista para os Tribunais do país, que são muitos: 7 cortes superiores, 5 TRFs, 27 TJs, 27 TREs, 24 TRTs e 3 TRMs.
Entre os cargos mais numerosos, há ainda a chance de atuar como Procurador (Municipal, Estadual e da União), representando e defendendo cada um dos três entes.
Para quem deseja ir por uma linha diferente, adentrando na carreira policial, onde nos aprofundaremos mais adiante, o cargo de Delegado também é uma opção viável, que exige do candidato não somente estudo, mas também condicionamento e preparo físico para desempenhar a função.
Outra carreira possível é a de Promotor de Justiça. O aspirante a essa vaga deve saber que vai ser um defensor da lei e atuará no Ministério Público de cada Estado.
Outra opção, que já mencionamos anteriormente, é a de atuar como Defensor Público, realizando atendimentos na mesma esfera que o promotor, porém do outro lado da Justiça, garantido o direito constitucional àqueles que não podem arcar com o a sua própria defesa.
Muitos que adentram no Direito costumam almejar a carreira de Juiz, um dos cargos públicos de mais difícil acesso devido ao grau de dificuldade que oferece o seu concurso.
Além de exigir 3 anos de exercício na advocacia, o aspirante a Juiz é submetido a uma prova objetiva, escrita, oral e de título, com um refinado grau de cobrança do conhecimento jurídico, teórico e prático.
Um nível de exigência que se justifica pela complexidade do cargo, que envolve uma rotina de analisar e julgar os fatos apresentados, emitindo ao final uma decisão, de maneira justa, correta e isenta.
Para contextualizar, o ramo das Varas de Família, por exemplo, conta sempre com um Juiz que vai avaliar a situação exposta para oferecer os encaminhamentos. Nessa situação a atuação de advogados, defensores e promotores, também é sempre notada.
O segredo para conseguir uma vaga é dedicação na rotina de estudos, a escolha de um bom curso preparatório e equilíbrio emocional, que não deve ser esquecido.
Espaço no funcionalismo público por indicação
Apesar de muitos cargos públicos serem ocupados via concurso público, a alguns deles, só se é permitido o acesso através de indicação.
A função de Desembargador, por exemplo, é dada por uma indicação que se dá por meio de lista. Para alcançar a vaga é necessária atuação no período de dez anos no ramo do Direito.
Como essas, existem várias outras, como a de Ministro e a de cargos diretivos de órgãos Públicos, modo geral.
Carreira policial como opção no funcionalismo público
Outro contexto possível, e que remete ao funcionalismo público, é a carreira policial. Os Delegados precisam ser bacharéis em Direito, com comprovação de três anos de prática jurídica, ou na polícia, com prova oral em uma das etapas, além do teste físico mencionado anteriormente.
De modo macro, a função de Delegado é investigar e coibir as práticas criminais. Retomando a identificação que precisa existir, nesse caso o aspirante ao cargo precisa ter noção do que vai enfrentar, já que status, remuneração e estabilidade são itens muitas vezes chamativos, mas que podem vir a desapontar, se o foco estiver apenas atrelado a esses fatores.
Carreira Acadêmica
Seguir a carreira acadêmica é um outro ramo de atuação possível para aqueles que tem a capacidade de transmitir conhecimento de modo fácil e leve, já que a linguagem jurídica muitas vezes demanda e necessita de simplificação.
Para seguir por esse caminho, as chances estão tanto em universidades públicas quanto privadas e para além da necessidade de especialização, o mestrado e o doutorado também são importantes nesses casos, já que em regra, são pré-requisitos exigidos pelas Universidades.
A aptidão para o ensino pode ser desenvolvida, mas é essencial que os profissionais que resolvam abraçar essa iniciativa tenham noção que o trabalho muitas vezes exigirá tempo extra (fora das salas de aula) para correção de atividade, elaboração de plano de aulas e principalmente de estudo para atualização do conhecimento.
Trabalho Social
O trabalho voluntário é uma vertente de atuação que, desde a vida estudantil, já é possível ingressar. E após a conclusão do curso a contribuição em nível de conteúdo vai ser ainda maior.
Há muitas instituições que necessitam do trabalho de um profissional de Direito, então aqueles que gostam de ajudar ao próximo podem oferecer os seus serviços para aqueles que não podem custear.
Aptidão pessoal
As aptidões pessoais precisam ser levadas em consideração antes de encarar o desafio profissional. Advogados recém-formados costumam querer montar logo os seus próprios escritórios de advocacia, mas esse não é necessariamente o melhor caminho.
Um período profissional em outros escritórios, para se situar e entender se é aquilo mesmo, além de adquirir experiência é um bom primeiro passo para aqueles que ainda não tem certeza do caminho que vão traçar.
Mesmo para aqueles que já tem definida a vontade de atuar em outras esferas, primeiro é necessário uma pesquisa e compreensão para averiguar de fato como funciona o ramo almejado e para investigar se há identificação pessoal.
O período de estágio da Faculdade costuma ser útil para abrir horizontes e observar os campos ofertados e para identificar se há empatia com o que é vivenciado.
Como há muitas possibilidades de atuação e ainda diversas áreas do direito a serem exploradas, como o Direito Civil, Direito Penal, Direito Previdenciário, Direito Empresarial, entre outros. Será necessário pesar todas as variáveis apresentadas para uma decisão.
Vale ressaltar a importância desse momento, que costuma ser uma decisão para a vida toda. Escolher uma carreira é adotar um caminho na vida, em detrimento de outros, e trilhar ali o seu sucesso.